N.58 - ENTENDER QUEM NÃO QUER SER O MAIOR

N.58 - ENTENDER QUEM NÃO QUER SER O MAIOR
 

Texto Bíblico: Lucas 9.46-50

Meditação

Sobre ser o maior, a Bíblia nos ensina que tudo isso começa com o serviço. Quando olhamos para o ministério de Cristo é evidente que Ele "ensinou e pregou” (Mt 4.23; 9.35), “fez o bem e curou” (At 10.38). Como consequência disso, o evangelismo e o interesse social estão intimamente relacionados na raiz e na história do cristianismo. Servimos a um Deus amoroso, que perdoa aqueles que se voltam para Ele arrependidos, mas também um Deus que deseja justiça e nos chama como Seu povo para fazermos parte dessa nobre missão.

Uma das tristes realidades que vivemos em nossa sociedade é o fato de que nos tornamos insensíveis. Conseguimos olhar para as necessidades ao nosso redor e continuar a nossa vida sem problema nenhum, até porque os problemas do mundo são gigantes e não serei eu quem vai resolvê-los. Com isso, vemos pessoas com fome e comemos nossos lanches inflacionados ao lado destes. Vemos os problemas políticos pela TV, falamos deles com nossos amigos e familiares, mas nada fazemos para resolvê-los, mesmo que em uma porcentagem pequena.

Diante do desafio social temos duas escolhas, fuga ou envolvimento. Talvez haja uma terceira opção que é o acomodamento, porém creio que essa opção já é uma fuga. Stott acrescenta sobre o assunto: “Acomodação significa virar as costas para o mundo, em rejeição, lavando as mãos [...] e cobrindo o coração com aço contra seus gritos agonizantes de pedido de ajuda".¹

Um princípio que deve estar fixo em nossas mentes é que não existe pecado social sem antes existir pecado pessoal.² Cumprir essa responsabilidade é algo que deve mexer conosco, nos tirar das áreas de conforto e, de forma corajosa, nos impulsionar a ação. Sem dúvidas a comunhão na igreja ou o serviço dentro da comunidade é mais cômodo do que o serviço em um ambiente diferente e hostil. Não estou dizendo que uma coisa deva acontecer em detrimento da outra. Não, elas devem acontecer juntas, serviço dentro e fora da comunidade.

Muitas vezes nossa única ação é “[...] fazermos incursões evangelísticas casuais no território inimigo (esse é a nossa especialidade evangélica), mas depois nos retraímos novamente, do outro lado do fosso, em nosso castelo cristão – a segurança da nossa própria comunhão evangélica -, puxamos nossa ponte levadiça e até tampamos os ouvidos para clamores daqueles que batem no portão".³

Quando falamos de responsabilidade social, este ainda é um assunto que gera muita controvérsia em nosso meio, muitos acreditam que nossa missão é apenas “evangelizar” (falar de Cristo). Creio que o evangelismo faz parte da nossa missão e não pode ser negligenciada, e junto a isso também temos uma responsabilidade social.
 

Leia também: Mt 17.5; 2Tm 3.16; Mt 16.15-17
 

Sugestões para Discussão em Grupo

• Como temos exercido nosso chamado cristão?

Sugestão de Oração

Senhor, somos gratos por nos ensinar uma nova perspectiva de vida, gratos por nos ensinar sobre serviço, serviço inspirado e que reflete a Tua obra. Nos perdoe pelas vezes que negligenciamos esse serviço ou que achamos que ser o maior não passou por servir como Cristo. Nos ensine sobre o padrão do Teu reino.
 

¹STOTT, JOHN. p. 24
²COLSON, CHARLES & PEARCY NANCY p. 155
³STOTT, JOHN. p. 25