N.67 - O PAI DAS NOSSAS ORAÇÕES
Texto Bíblico: Lucas 11.1-4
Meditação
Pelo que se lê nos Evangelhos é possível chegar à conclusão de que os discípulos sentiram mais necessidade de aprender a orar do que ter ajuda para pregar.
Pediram então a Jesus que lhes ensinasse a orar. Não é que não soubessem. Estavam inquietos, queriam um distintivo, um traço de identidade, à semelhança de outros discípulos. Receberam lições condensadas sobre atitudes, de quem conhecia o Pai intimamente, na maior das orações, contida no ‘mais famoso sermão’, que delineava logo de início a melhor das lições: a prece que agrada a Deus busca prioritariamente os Seus interesses.
Tanto quanto hoje, era preciso admitir que o desejo de agradar a homens era uma inclinação constante, incompatível com a busca do único Deus verdadeiro. Era obrigatório deixar de lado as fórmulas vãs, expressões viciadas de espiritualidades manipuladoras. Não era difícil perceber que as recomendações apontavam para a discrição de discursos íntimos e verdadeiros, mais preocupados em reverberar nos ouvidos de Deus do que qualquer outra coisa.
Assim, ensinou-lhes um vocativo – Pai – de alguém que até então poucas vezes tinha sido assim lembrado tão afetivamente na história do povo que chamava seu.
Ensinou-lhes uma postura – nosso – digna da expressão solidária de filhos que refletem em seus relacionamentos o altruísmo paterno.
Ensinou-lhes uma invocação declaratória da soberania – (que estás) no céu – acima de todo sofrimento e tribulação.
Ensinou-lhes uma interjeição – santificado seja o teu nome – assertiva, apesar da profanação que sofreu, mas de efeitos dignificadores sobre o povo que leva o seu nome.
Ensinou-lhes um desejo – venha o teu reino – de um mundo melhor, de um reino pleno em poder e glória, e de um espírito preparado no presente para o epílogo anunciado.
Ensinou-lhes uma disposição – seja feita a tua vontade – de realizar a vontade suprema do Pai em correlação com a vinda do Reino e com a santificação do seu nome, na gloriosa expectativa do equilíbrio vindouro, assim na terra como no céu.
Ensinou-lhes um estilo de vida – o pão nosso de cada dia nos dá hoje – com a mais comum metáfora de todas as necessidades humanas, em clamor coletivo, de uma dependência que restabelece a ordem dos valores maiores na sacralidade da vida.
Ensinou-lhes uma iniciativa – e perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores – moral, tão necessária quanto o alimento, originada na ‘facilidade’ do Pai de perdoar, oferecida na cruz como um novo parâmetro de misericórdia e restauração.
Ensinou-lhes um clamor – e não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal – com a autoridade de quem já havia trilhado o caminho da pureza, alcançado a aprovação do caráter, mas sem deixar de se ocupar definitivamente com a salvação dos seus.
Ensinou-lhes, por fim, um hino – porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre – uma doxologia eterna, um desfecho grandioso para uma oração que é um encontro de Pai e filhos, um acolhimento gentil, em ecos de aprovação: Amém!
Leia também: João 13.17; 20.17; Tiago 1.1-15;
Sugestões para Discussão em Grupo
Como podemos tornar essa oração uma realidade em nossas vidas?
Sugestão de Oração
“Senhor Jesus, ensina-nos a orar!”
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