N.35 - O BOM PERFUME DA VIDA

N.35 - O BOM PERFUME DA VIDA
 

Texto Bíblico: João 12.1-8

Meditação

COMO SE MEDE GRATIDÃO? Alguém poderia dizer que é pela proporção de honra sincera manifestada pelo favorecido ao seu benfeitor, em correspondência ao favor recebido. O problema com essa definição é que a expressão de gratidão, por melhor seja, nunca será equivalente à gratidão em si. A pessoa realmente grata sente-se sempre agradavelmente penhorada para com seu benfeitor, por mais honra lhe tribute. Paradoxalmente, gratidão não é dívida que se paga, mas graça que se reconhece – com humildade. Daí surge o perfume.

Esse é o caso de Maria, irmã de Marta e Lázaro, já ressuscitado, por ocasião da visita de Jesus aos seus amigos queridos, em Betânia, próximo da Páscoa, em que Ele morreria. Ela honra a Jesus – não meramente como hóspede e amigo, mas como o Senhor de toda a realidade, o Messias, resgatador da vida de seu irmão das garras da morte e, sobretudo, seu Salvador – expressando sua gratidão de forma magnificamente extravagante e humilde.

Extravagante, pois Maria não poupa aquele que, provavelmente, era seu bem mais precioso, um perfume raro e caríssimo, reservado, possivelmente, para um dos momentos mais especiais de sua vida: a noite de núpcias. Essa santa extravagância não foi pequena: “...a casa encheu-se com a fragrância do perfume.” Para a pessoa verdadeiramente grata, a expressão de gratidão nunca é cara e suficiente demais.

Humilde, pois testemunha, sem medo e sem qualquer vergonha, sobre a dignidade do Benfeitor evidenciando sua submissão voluntária a Ele. A atitude de Maria é notável, maravilhosa (dificilmente um homem decente, que não Jesus, sentir-se-ia confortável com tamanha reverência...). Note que Maria está em sua casa, com os seus bens, servindo a Jesus com seus recursos, mas isso não basta! Sua gratidão precisa ir além, deixando claro que Ele não apenas merece o melhor; Ele merece o melhor, oferecido com toda a reverencia de um coração grato. Eis aí o verdadeiro perfume.

A reação negativa de Judas na cena embrulha o estômago, mas não chega a causar surpresa. Portador de um discurso ético-moral falsificado, expressando a própria falsidade do coração, censura a mesura alegando falta de senso, propósito e liberalidade. É curioso como o moralista hipócrita sempre tenta disfarçar seus apetites pelo delito, evocando princípios que na realidade não crê e não segue, enquanto critica pessoas que neles creem e os seguem. Para quem deseja se livrar do desconforto com esse tipo de gente – e isso não vale para cristãos verdadeiros – a solução é simples: seja inodoro. Não faça nada, não diga nada, não seja nada.

Felizmente, Maria sequer se importou com a deselegância malcheirosa de Judas, ao passo que Jesus prontamente o advertiu por sua malignidade para com ela, menosprezando-a, e para com Ele, não reverenciado-O como ela, às vésperas da Sua morte. O bom perfume se sobrepõe aos odores fétidos.

O maior e melhor perfume, presente em Betânia, não foi aquele caríssimo, à base de nardo, mas o outro, sem preço, exalado pela gratidão de uma vida redimida, que jamais pretendeu igualar, fosse em tamanho ou qualidade, o objeto da Sua gratidão.

Leia também
Salmo 15; 24.1-6; 50.23; Isaías 33.15-16; Lucas 10.38-41.

Sugestões para Discussão em Grupo
 

• Leia a afirmação a seguir: Ser um cristão que “exala o bom perfume de Cristo” significa dar testemunho reverente da nossa gratidão a Deus e da centralidade de Jesus em nossa vida.
• Você concorda ou discorda? Por quê?
• Você é uma pessoa grata e reverente?
   

Sugestão de Oração:

“Querido Deus! Tu és Bom e Santo! Renova em minha mente e coração a genuína gratidão por Teu perdão, Tua redenção, Tua amizade e pela promessa de viver a eternidade contigo. Ajude- me a reverencia-lO sem temor ou vergonha diante dos homens, exalando o bom perfume de Cristo. Amém!”