N.99 - MÃO FECHADA, MÃO ABERTA
TEXTO BÍBLICO
Lucas 18.18-23
MEDITAÇÃO
O século passado foi de uma potência religiosa e o atual será dominado por um país ateu. Assim afirma um acadêmico, baseado em estatísticas. Ele pensa também que rezar diariamente não faz bem para a economia. Proposições semelhantes são cada vez mais presentes, e andam de braços dados com o raciocínio de que a fé é um fenômeno próprio de gente pobre e sem cultura. Isso nos influencia e leva a distinções entre pessoas por critérios bem fora dos padrões de Deus.
Embora nos primeiros anos da era cristã o cenário fosse de desigualdade social, os Evangelhos mostram que pessoas de todas as classes buscaram o ‘nazareno’ com suas necessidades, as mais diversas. Não poucas vezes os episódios foram intencionalmente contrastados nas narrativas evangélicas, como nesta, entre ‘crianças humildes do Reino’ e uma orgulhosa pessoa de posses preocupada com a vida eterna.
A apreensão do rapaz que procurou Jesus era sem dúvida legítima, mas não a convicção de que deveria fazer algo para obter uma condição de vida futura por seus méritos.
A lição do Mestre, repetida muitas vezes, foi e continua sendo bem simples: alcançar a vida eterna significa entrar no Reino. Jesus fundamentou seu ensino em duas verdades - a bondade de Deus é o padrão exclusivo para a oferta de salvação a todos, e essa dádiva é o próprio Deus-Cristo.
Mesmo assim, o ‘curso condensado’ sobre a vida futura não deixou de dar ênfase ao ‘fazer’ presente na pergunta. Alcançar a vida eterna implica em guardar as leis de Deus. Sempre afirmando a autoridade ao Antigo Testamento, o jovem foi lembrado de suas responsabilidades para com Deus e Sua criação (outras pessoas inclusas obviamente). Isso porque é possível cumprir as responsabilidades religiosas da lei divina sem atentar à essência do que ela significa.
Os homens se consideram inocentes porque são ignorantes.¹ Quando nos julgamos inculpáveis por cumprir determinadas obrigações², não levando em conta a cobiça, a ganância, dentre outras mazelas do coração, estamos demonstrando que nosso tesouro é outro, e bem terreno.
A ‘saída à francesa’ do jovem rico foi expressão de tristeza e relutância proporcionais aos bens que possuía. Um teólogo observou que esse rapaz foi o único que procurou Jesus e foi embora em pior condição do que antes.
A eternidade não é uma questão de ser mão fechada ou mão aberta quanto a bens materiais, mas de ter coração sensível ao arrependimento, que leva à perfeição sim, mas de Cristo, não nossa.
LEIA TAMBÉM
Êxodo 20.12-16; Romanos 7.7-8. Filipenses 3.6
PARA DISCUSSÃO EM GRUPO
Quanta relutância há em nós para abrir mão de bens materiais e dar prioridade ao que tem e valor eterno no tempo presente?
Quanto temos sacrificado do que tem valor diante de Deus para obter bens terrenos?
Quais são os ídolos do nosso coração que precisam ser urgentemente derrubados?
SUGESTÃO DE ORAÇÃO
Senhor Deus, damos graças por saber o que tem valor aos teus olhos. Mas pedimos perdão por toda e qualquer situação em que agimos contrariamente ao que sabemos. Que não haja em nosso coração nada que esteja vencendo a batalha pela lealdade que é devida somente a Ti!
¹HENRY
²Alguns rabinos defendiam uma interpretação da lei pela qual era proibido a uma pessoa doar todos os seus bens
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