N.50 - O QUE JESUS PEDIU PARA SI MESMO
Texto Bíblico: João 17.1.-5
Meditação
“Você não pode vencer, Darth. Se me derrubar, eu me tornarei mais poderoso do que você jamais poderia imaginar.” OBI-WAN KENNOBY
Em seu livro Ortodoxia, G. K. Chesterton defendeu que o homem cético recobraria sua sanidade se parasse de tentar esvaziar a vida de sentido, verdade e propósito com malabarismos racionalistas e, ao invés disso, passasse a prestar mais atenção à ética dos contos de fadas: “sempre acreditei que o mundo envolvia magia: agora passei a pensar que talvez envolvesse um mágico.”¹
Ele não estava brincando. Esqueça as tolices que você já viu e ouviu sobre magia por aí. Chesterton não se referia a isso. “A ética da Elfolândia” – ou Fadalândia – ele afirma, aponta para a realidade última do homem, onde verdade, bem, certo, honra etc. não são conceitos subjetivos, frutos de quaisquer acordos sociais humanos. Ao contrário! Trata-se de expressão sublime dos valores objetivos eternos, estabelecidos muito além das cabeças dos mais ilustres mortais.
Quando, na Fadalândia, o veredicto “e viveram felizes para sempre!” é dado, descreve exatamente isso: que essa felicidade “mágica” é o desfecho inevitável da história após o mal e seus agentes terem sido enfrentados, vencidos e punidos pela vindicação e supremacia da verdade, do bem e da correção, simplesmente porque essa é a real natureza das coisas. Voltar-se contra essa “magia” implica em opor-se ao “Mágico” e, como consequência, fraturar a própria alma. Nem mesmo a fantasia dualista de Guerra nas Estrelas consegue, no final das contas, escapar do diagnóstico de encantamento de Chesterton: “Você não tem como vencer, ‘Mal’. Você me ferirá, mas eu me levantarei mais poderoso do que você jamais imaginou. Eu venço. Você perde.”
A oração sacerdotal de Jesus, como último de seus discursos de despedida (Jesus vem fazendo isso desde o capítulo 13), merece essa reação de encantamento simplesmente porque é “magia” pura, apontando para o que de mais sublime pode existir dentro da realidade: a mágica inexorável do “Mágico”, que subverte a “lógica” rebelde, desordeira e caótica instalada no mundo e proclama: “Eu venci.”
O pedido de Jesus ao Pai para que O honre com a vitória é cheia de propósito e jamais deverá ser lida como uma petição voltada para Si mesmo. O pedido para que o Pai honre o Filho implica no desejo do Filho de honrar o Pai com Sua morte e ressurreição, cumprindo o capítulo mais impressionante da saga cósmica: O Regente divino tombaria perante o Mal, mas, se levantaria, como de fato se levantou, com todo o Seu esplendor e majestade, revelando a grandeza de Seu Ser, fazendo a vindicação da verdade que honra a Deus ao escancarar as portas da eternidade para o “e foram felizes para sempre”.
Jesus pede que o Ser de Deus seja honrado diante do Mal e é exatamente isso o que ocorre. O Mal foi confundido, apequenado, envergonhado, encurralado, colocado de joelhos, destituído de suas presas mortais e golpeado mortalmente; “Você não pode vencer”; a verdade e o bem triunfaram; “Eu venci.” É por isso que os cristãos não precisam temer os episódios e o final da saga. Jesus já nos deu o spoiler: Nós viveremos felizes para sempre.
Leia também
Daniel 7.14; Isaías 53.11; Mateus 11.27; João 4.34; Hebreus 1.1-3; Apocalipse 2.26-27
Sugestões para Discussão em Grupo
Sugestão de Oração:
“Querido Deus! O Senhor é Santo! Recobra em minha vida o encantamento com Tua Pessoa e Tuas Obras. Em nome de Jesus. Amém".
¹ CHESTERTON, 2019, p.73.
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