N.008 - Como Entender Jesus?

Como Entender Jesus?

André Gava

João 2.13-22

 

Meditação

NÃO É INCOMUM ENCONTRAR, entre os leitores da Bíblia, quem reaja com perplexidade diante do relato da manifestação irada de Jesus, no templo. Fosse atualmente, Ele provavelmente seria acusado de rebeldia, violência, desordem, grosseria, postura politicamente incorreta e, acredite, até mesmo falta de amor.

No entanto, aquilo que alguns alegam ser postura agressiva questionável, a Bíblia afirma ser outra coisa: purificação incontestável. A perspectiva correta expõe a verdade da cena.

Em primeiro lugar, considere o cenário de fundo: a Páscoa. A mais importante celebração determinada por Deus para a nação de Israel, relembrando a forma graciosa e poderosa como Ele havia libertado o povo da escravidão no Egito, era o momento e local propício para que Jesus proclamasse Sua supremacia e o clímax de Seu ministério terreno.

Não há acaso aqui, pois, para João, a purificação do templo não se tratou apenas de metáfora sobre a ira de Deus contra a incredulidade dos judeus em relação a Jesus, mas também de sinal que apontava para a morte pascal e ressurreição do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf.2.19).

Em segundo lugar, a vida religiosa e cúltica, em Jerusalém, fora tomada por deformidades terríveis. O local de culto estava mais para loja de conveniência, oferecendo cardápio variado de “insumos cúlticos” para os peregrinos que ali chegavam para adorar e sacrificar; e casa de câmbio, que trocava dinheiro pagão por dinheiro consagrado para a compra desses mesmos insumos utilizados nos rituais. A casa do Pai, local de comunhão, instrução e oração, descaracterizada de sua razão de ser, agora servia a outro deus. A religião havia se tornado um bom negócio, em Jerusalém, onde Deus fora reduzido a um pretexto útil e lucrativo. Muita gente “poderosa” tirava proveito disso...

A santa indignação enérgica de Jesus ocorre não meramente para denunciar o erro e suas distorções, mas, sobretudo para conscientizar e remover a cegueira que permite retomar o caminho certo.

Jesus não está focado em destruir negócios ou economias, mas sim interessado em resgatar a percepção sobre a eternidade, a verdade sobre quem Deus é, quem nós somos e estabelecer a via que possibilita a edificação de relacionamentos íntegros duradouros entre Ele e os homens, resgatando, consequentemente, a prioridade que essa comunhão essencial deve ocupar dentro da realidade humana, desde agora até a eternidade.

É essa pauta de vida que move Jesus a lançar o desafio aos líderes religiosos corruptos, mantenedores do sistema denunciado por Ele: “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias.”

Sabemos bem quem prevaleceu. Como os discípulos, mencionados no texto, creiamos nEle.

 

Leia também

Êxodo 12.11; Deuteronômio 16.1-6; Jeremias 7.11; Mateus 21.12; Marcos 15.29; 1Pedro 2.24  

 

Sugestões para Discussão em Grupo

  • Há apenas um relato sobre a purificação do templo em cada evangelho. Diferentemente dos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), João não o cita cronologicamente. Qual seria a razão? Dica: compare com João 1.1-14.
  • Lemos que Jesus não está interessado em destruir negócios e economias? Como conciliar essa afirmação com o que estamos vivendo?

 

Sugestão de Oração

“Santo Deus! Somos imensamente gratos por nos ajudar a ver claramente o contraste entre luz e trevas. Somos gratos por despertar-nos dos perigos da falsa religiosidade e conduzir-nos na construção de uma pauta de vida em que Tu és o centro. Que nosso relacionamento contigo e nossos relacionamentos em Ti, fundamentados em Cristo, sejam santificados e fortalecidos, para honra e glória do Teu Nome. Desde agora e para todo o sempre. Amém!”

Revisão 14/04/2021

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