N.54 - CADA UM COM SUA CRUZ
Texto Bíblico: Lucas 9.23-27
Meditação
Ora, o eu pode ser considerado de duas maneiras. Por um lado, é criatura de Deus, motivo de amor e regozijo; mesmo que no presente, encontre-se em condição detestável, apenas digno de pena e necessitado de cura. Por outro lado, é aquele eu, dentre todos os outros, chamado eu – que, por este motivo, faz uma reivindicação irracional de preferência. Esta reivindicação deve ser não apenas odiada, mas simplesmente eliminada; sem “nunca”, conforme disse George MacDonald, “poder receber um momento sequer de trégua da morte eterna”. O cristão deve travar uma guerra interminável contra o clamor do ego como ego, embora ame a aprove o eu propriamente dito, salvo seus pecados.
C. S. LEWIS
Dois caminhos para o “eu”. In: Deus nos bancos dos réus.
AS EXIGÊNCIAS DE JESUS para seus seguidores são profundas. Profundas, pois tocam o âmago do ser, revolucionando a perspectiva que o ser humano tem sobre si, sua vida e história, bem como seus afetos, projetos, prioridades, sonhos e desejos. O trono do coração é assento de uma só pessoa. Dita os
termos da vida quem o ocupa. É simples assim.
A ordem de Jesus para que seus seguidores neguem a si mesmos, tomem sua cruz e O sigam nada mais é que uma exigência de rendição. Seus seguidores devem capitular diante dEle, entregando-Lhe voluntariamente a coroa que dá direito ao trono do coração e aceitar, incondicionalmente, Seus termos para a rendição. É só tudo isso.
Porém, em hipótese alguma isso significa a aniquilação do eu, como se Deus estivesse absolutamente empenhado em sufocar todo e qualquer traço de pessoalidade existente em Seus filhos. Uma coisa é livrar e redimir o eu do egoísmo, outra coisa bem diferente é asfixiá-lo consigo mesmo. É Satanás, e não Deus, quem está interessado em asfixiar o eu do ser humano até a morte com a promessa de liberdade e autonomia. É a mesma ladainha desde o Éden. Surpreendente como ainda funciona!
Então, para ficar claro: negar-se significa rendição voluntária e incondicional a Jesus, oferecendo-lhe o cetro da nossa vida, e aos Seus termos para viver a vida no Seu Reino. Isso implica assumir os laços familiares com Cristo e com a família de Deus perante uma sociedade que, via de regra, odeia tanto um quanto outro.
Carregar a cruz é perseverar na identificação e afinidade com Jesus, no viver que evidencia Sua presença e a realidade do Reino de Deus nesse mundo, ainda que acometidos pela traição e rejeição, cercados de escárnio, alvos da indiferença, objetos do ódio e desprezo.
Segui-lO, implica ir até o fim com Ele, por Ele e para Ele. Jesus garante que tal fidelidade será certamente reconhecida e recompensada por Deus. Por outro lado, também garante que qualquer ser humano que coloque sua vida acima dos interesses do Reino colherá exatamente o oposto do que almeja, com possíveis (e muito prováveis) desdobramentos eternos trágicos.
O Reino de Deus é uma realidade de proporções colossais. Inaugurado por Cristo e sustentado por Ele, aguarda seu estabelecimento por ocasião da volta gloriosa do Grande Rei. Que Ele encontre seus seguidores firmes e identificados com Ele até o grande e bendito encontro.
Leia também: 2Co 7.9; Fp 3.8; 2Tm 1.8; 12; 2.12-13; 1Pe 3.15-16
Sugestões para Discussão em Grupo
Sugestão de Oração
Jesus, ajude-me a discernir tudo o que preciso negar em mim e a fazê-lo, de fato, identificando-me contigo e Teu Reino até o fim. Amém.
(11) 5090-0447
cbmoema@cbmoema.com.br