N.64 - O MANDAMENTO MAIS IMPORTANTE
Texto Bíblico: Lucas 10.25-29
Meditação
A pandemia nos obrigou a repensar sobre distanciamento e proximidade. Quem está longe pode estar perto, e quem está perto pode não estar próximo.
Nem sempre é fácil lidar com essas contraposições, que vão além do que é visível, lógico e proporcional. Exemplo disso é um dos diálogos de Jesus, no qual colocou em paralelo a eternidade e um instante como se tivessem a mesma medida. Aliás, com muita frequência Ele confundia os discípulos mudando bruscamente o plano de suas conversas, do presente para o futuro, do visível para o invisível, ou do literal para o figurado.
A pergunta que deu origem à conversa parecia bem intencionada – ‘que farei para herdar a vida eterna?’. No entanto, soou ruim e presunçosa. Ruim porque uma herança jamais poderia ser comprada, e um jurista sabia bem disso. Presunçosa porque na cultura tradicional do Oriente Médio um discípulo jamais questionaria seu mestre em pé.
A atitude do homem que interpelou Jesus é muito semelhante à do coração humano, que tem sempre as mesmas questões – O que fazer para alcançar uma vida melhor? Como lidar com o sobrenatural? A falta de respostas satisfatórias decorre da rebeldia para com a autoridade de Deus e das Escrituras. São sintomas do que tem sido chamado de ‘crise de plausibilidade’ da fé cristã.
Ao invés de responder de vez à pergunta do advogado, Jesus devolveu a questão apelando a uma autoridade que ambos aceitavam: o Antigo Testamento, dando a ele oportunidade para explicar como entendia o grande mandamento. Não é que Jesus estivesse autorizando uma ‘flexibilização’ da compreensão das Escrituras. Aliás, o problema específico mais sério que as pessoas têm com a Bíblia não é a falta de entendimento, e sim a busca desenfreada pelo melhor entendimento das coisas.¹
O jurista sabia que a essência da lei era amar a Deus, de forma completa, inclusive no que diz respeito ao relacionamento com o próximo. Mas sua resposta foi tão presunçosa como sua primeira pergunta, julgando ter cumprido o primeiro grande mandamento, a despeito de racionalizar sua responsabilidade para com o próximo.
O grande mandamento é certamente uma ‘visão do oceano’. E vale lembrar que sua imensidão não pode ser observada à parte dos outros mandamentos.
Em um mundo que sofre com a ‘fadiga de compaixão’, no qual os critérios de proximidade e responsabilidade estão cada vez mais diluídos, amar a Deus acima de todas as coisas precisa ser algo tão importante quanto saber a quem amar.
Leia também: Levítico 18.5; Mateus 5.5; 19.29; Marcos 10.17; Atos 7.27; Efésios 5.29
Sugestões para Discussão em Grupo
Que compreensão temos do grande mandamento?
De que maneira nossas respostas à pergunta de Jesus seriam diferentes das que foram dadas pelo homem da lei?
Como nosso amor a Deus pode ser visto no amor que temos a quem está próximo de nós?
Sugestão de Oração
“Deus, pedimos a iluminação do Teu Espírito para compreender as Escrituras de tal forma que nossos relacionamentos pessoais expressem o nosso amor a Ti, acima de todas as coisas. Em nome de Jesus oramos. Amém!”
¹FEE, 2011, p. 23
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