N.86 - O CUSTO DO DISCIPULADO

N.86 - O CUSTO DO DISCIPULADO
 

TEXTO BÍBLICO
Lucas 14.25-35

MEDITAÇÃO

Tudo tem um preço e um valor. Não conhecer o valor de algo pode custar um alto preço. Isso se aplica a tudo na vida, e principalmente ao que tem valor eterno. Eu diria que a maioria das pessoas que se denominam crentes, isso inclui a mim, realmente não compreende quanto custa ser discípulo de Cristo. Foi Ele quem aconselhou a pensar nisso com mais atenção quando disse: ‘Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?'¹ Embora muitos apliquem este texto ao contexto de planejamento financeiro, é evidente, pelo contexto, que o foco é a gestão da vida com vistas ao futuro eterno. Eu diria mais, a dificuldade que temos, a mesma dos discípulos, decorre possivelmente dos paradoxos e contrastes característicos do Evangelho. Como alguém com tamanha majestade poderia ser humilhado de forma tão aguda.² 

Creio ter sido Billy Graham que disse que a salvação não custa nada, mas o discipulado custa tudo. A salvação (regeneração) ocorre em um momento, mas o discipulado leva uma vida inteira. Prova disso é mais uma vez o ensino do Mestre sobre negar-se a si mesmo e tomar cada um a sua cruz para segui-Lo.³

Tomar a cruz não é carregar um fardo, como geralmente pensamos, mas mortificarmos o eu, para que Jesus nos lidere. Não é distrair-se com tudo que tem ‘cara de igreja’, mas ter em mente que a cruz é prioritária como perspectiva de vida. Pensando nisso, Oswald Chamber observou (repito quase como uma paráfrase) que ‘todo céu está interessado na cruz de Cristo, todo o inferno está na torcida para que os homens a ignorem’.

Ignorar a cruz é adotar um estilo de vida sem compromisso com o Evangelho. É buscar as facilidades antes das responsabilidades; é fugir do alto custo do discipulado para buscar refúgio em religiosidades baratas. Depois de compreender a salvação pela graça, Lutero escreveu: ‘Uma religião que não dá nada, não custa nada, e não sofre nada, não vale nada.’ Por isso Jesus foi tão enfático na exortação sobre a necessidade de calcular bem o custo do discipulado. Com mais duas parábolas Ele reforçou que um discipulado bem sucedido requer que Jesus seja prioridade de vida.

No final das contas, como bem pensou Nathan Schaeffer, o que realmente terá importância não será quanto ganhamos, mas quanto demos; não quanto queremos ganhar, mas quanto temos feito; não quanto fomos salvos, mas quanto já temos sacrificado; não quanto fomos honrados, mas quanto amamos e servimos. Custa tudo isso ser discípulo de Cristo.

LEIA TAMBÉM
Deuteronômio 13.4; Mateus 5.13; 10.37-38; Marcos 9.50

PARA DISCUSSÃO EM GRUPO

• Quais são nossas lealdades primárias?

• Elas impedem que Cristo tenha prioridade em nossas vidas?

• O custo do discipulado nos parece muito alto?

SUGESTÃO DE ORAÇÃO
Senhor Jesus, confessamos que temos dificuldades para entender o alto preço que foi pago por nós. Esclarece nosso entendimento sobre como podemos ser Teus discípulos verdadeiramente, sabendo que as recompensas serão de valor eterno. Em teu nome oramos, amém!

¹Lucas 14.28
²Lucas 9.43-44
³Lucas 9.23-25